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segunda-feira, 9 de junho de 2025

Como a tecnologia está transformando a regularização de terras no agronegócio?

O uso de sensores e ferramentas de georreferenciamento otimiza o trabalho de regularização fundiária e impulsiona modernização



O avanço das tecnologias de monitoramento territorial e a integração com soluções de cidades inteligentes estão promovendo mudanças significativas na forma como o Brasil conduz a regularização de terras no setor agropecuário.

A regularização fundiária é o procedimento que confere legitimidade jurídica à ocupação de terrenos utilizados de forma informal. Ao formalizar a posse, o processo assegura direitos aos ocupantes e contribui para o crescimento ordenado e sustentável das regiões envolvidas.

O uso de ferramentas como imagens de satélite, drones, sensores remotos e sistemas de georreferenciamento tem permitido mapear áreas rurais com maior precisão, detectar irregularidades e acelerar processos burocráticos, contribuindo para mais transparência e segurança jurídica.

A inteligência artificial (IA) também já é usada e tem transformado as atividades no campo, especialmente nas chamadas agricultura e pecuária 2.0. A integração entre hardware e soluções analíticas permite uma nova abordagem na gestão das propriedades rurais, com foco em eficiência e precisão. Os sistemas que usam IA permitem prever e simular diferentes cenários, além de antecipar situações que podem impactar diretamente a produção.

De acordo com Fabiano Carvalho, especialista em transformação digital e CEO da Ikhon, essas inovações estão tornando a gestão fundiária mais moderna e menos suscetível a fraudes. “Hoje já é possível combinar tecnologias como blockchain e GIS para garantir que as informações sobre posse e uso da terra sejam seguras, íveis e imutáveis. Isso representa um avanço fundamental para o agronegócio e para o ordenamento territorial do país”, afirma Carvalho.

Apesar dos avanços, a adoção de soluções digitais ainda enfrenta desafios, como a falta de infraestrutura tecnológica em áreas rurais, a baixa integração entre cadastros públicos e a necessidade de capacitação técnica para uso das ferramentas. Para superar esses obstáculos, especialistas apontam a importância de políticas públicas voltadas à conectividade no campo e à interoperabilidade entre sistemas fundiários, ambientais e tributários.

A conexão entre o campo e as cidades também tem papel estratégico nesse processo. Plataformas inteligentes utilizadas por prefeituras permitem cruzar dados fundiários com informações ambientais, fiscais e sociais, fortalecendo a governança local e o combate a práticas ilegais, como a grilagem e o desmatamento. Nesse cenário, cidades inteligentes deixam de ser um conceito ao espaço urbano e am a integrar uma lógica mais ampla de desenvolvimento sustentável no território brasileiro.

Autora:

Simone Oliveira

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